segunda-feira, 1 de setembro de 2008

FASE ANAL - SEXUALIDADE INFANTIL

O anus, como os olhos, a boca ou os genitais, é um órgão corporal ligado a serviço das funções vitais sexuais. É uma zona erógena.
Wollheim, { As idéias de Freud, 1976}, afirma que " mais tarde Freud sugeriu que a plasticidade dasexualidade tem profundas raizes nas confusões zonais que parecem ser parte inerente do nosso pensamento e sentimento sobre o corpo".
A fase anal é um momento de mais uma descoberta de uma zona erógena. Acriança, ao defecar, sente prazer, ora em segurar as fezes,ora ao ser limpa, e no toque do adulto, e, tocando o seu anus busca conhecer mais uma zona erógena. Mostra as fezes espalhando-as com as mãos,rindo com prazer, demonstrando a pulsão da crueldade que se manifesta e se desenvolve na infância.
Filloux, {O Inconsciente, 1988}, declara que Freud "propõe o emprego do termo libido para significar o valor dinâmico das tendências sexuais, infantis ou adultas...Análoga a fome em geral, a libido designa a força com que se manifesta o instinto sexual...Evolução da sexualidazde e evolução da libido significam por tanto a mesma coisa..."
A fase anal é simultânea e sucessiva à fase oral. Dessa forma, Filloux diz que na fase anal a diferença está no prazer resultante da satisfação de certas necessidades que é o alvo da libido.

FASE GENITAL

A fase genital é caracterizada pelo prazer infantil de mostrar e manipular os seus próprios órgãos genitais, A princípio, a libido fixa-se em um objeto exterior, no caso, o seio materno; em seguida o próprio corpo. O auto-erotismo se faz presente dessa forma, nas fases sucessivas da sexualidade infantil. Todo indivíduo, com certeza , conforme Freud , passará por essas fases, de um modo
evidente ou encoberto.
Na fase genital, que é uma etapa de transformação da sexualidade humana, ligada às três fases criadas por Freud. a criança está mais conhecedora de suas genitálias como zona erógena, assim
a masturbação é mais desenvolvida e de certa forma, a criança exibe com muito orgulho essa forma prazerosa, manipulando e explorando mais amiude os órgãos genitais, principalmente os meninos, por tê-los exteriores.
Toda criança é dependente de sua mãe. Ela é a fonte de alimentação, conforto e objetode anseio sexual, portanto, é uma escolha original , deseja a mãe só para si, exclusivamente; seu objeto de amor, o primeiro. Daí surgir um conflito que é para a criança uma ameaça, vindo de seu pai, o que vai gerar um desejo hostil com relação ao próprio pai. Esta ameaça é representada pela a ameaça de castração gerada por sua mente, embora, com toda esse conflito que vem da figura paterna,a criança também ama seu pai e gera o medo de que algo possa acontecer ao seu pai por causa de sua hostilidade.
Giddens, {A transformação da Intimidade, 1990}, afirma que " o desenvolvimento sexual é uma questão ameaçadora, tanto para os meninos quanto para as meninas: sendo visível, o penis é também vulnerável e a rivalidade do menino com seu pai é a base de uma mistura extremamente ansiosa de perda e aquisição de autonomia. Mas a menininha é um ser ... que nasceu "castrada", sua heterossexualidadesó é atingida de modo secundário, quando percebe que jamais poderá possuir a mãe porque não tem o pênis."
O ódio ao pai, o medo da castração, a descoberta pela menina de sua castração, o reconhecimento da diferenciação dos sexos, todos esses conflitos levam a criança a uma nova etapa de sua sexualidade.
O falo como representação imaginária do pênis, simboliza o poder mas também a revolta e a liberdade. É o símbolo chave na busca da criança por uma independência em relação a mãe, ao mesmo tempo o início da busca de sua auto-identidade. Com tantos conflitos laatentes, a criança ainda sente inveja do pênis , e assim deseja se identificar com o pai. É a fase edípica, afastamento da mãe, fixação erótica no pai. Mais uma vez a sexualidade é reprimida. É o medo da castração.

FASE DE LATÊNCIA OU AMNÉSICA

Esse periódo dura desde o momento em que a sexualidade infantil e interrompida de maneira abruta, até o início da puberdade.Nesse espaço de tempo a criança vai construindo a sua auto-identidade, defrontando-se lentamente, com problema da escolha do novo objeto e de desligar-se
dos desejos libidinosos referente a mãe, buscar uma reaproximação com o pai, além de tentar encontrar um amor semelhante o de sua mãe.
É um período de recato sexual, descobertas de novas brincadeiras sexuais com participação de outros, colegas ou amigos. Tudo é camuflado, com regras impostas pelos mais velhos ou mais experientes. A criança vai ampliando o se conhecimento sexual, desenvolvendo o corpo e a sexualidade.Em casa o conhecimento sexual pode se desenvolver entre irmãos e irmãs. A masturbação, o sexo oral, anal, com animais ou objetos se tornarão práticas corrente. Aos dez anos, a fantasia sexual já faz parte do mundo da criança, não sendo algo fortuito, sendo a estimulação sexual deliberada.
A amnésia está em relação ao passado quando a criança dá um corte na auto-erotização,e, assim a partir deste momento é a busca de novos horizontes na sexualidade, entrando no aprendizado dos jogos sexuais do mundo adulto, com suas regras e normas, ao mesmo tempo que procede de maneira silenciosa e secreta as suas fantasias sexuais.

SEXUALIDADE INFANTIL

A sexualidade está no corpo, é libido e pulsão. A sexualidade infantil não tem normas, regras ou lei. Laplanche { Freud e a Sexualidade,1993} escreve que "primeiramente ela aparece apoiada sobre uma das funções corporais importantes para a vida; em segundo lugar, ela ainda não conhece o objeto sexual, ela é auto-erótica; em terceiro lugar, seu alvo sexual está sob o domínio de una zona erógena".
A sexualidade infantil é chamada por Freud de " perversidade polimorfa", por que não tem regras e tem múltiplas formas, por isso é tão" condenada, recalcada, constantemente negada
pelo adulto".

FASE ORAL

Ao nascer, assim que sái do ventre da mulher, do útero, o cordão umbilical é cortado, seu corpo é banhado, tocado com cuidados e desvelo, na maioria das vezes, para logo em seguida, ser entregue a mãe que o acolhe com carinhos e afagos, colocando-o no aconchego de seu ventre. A criança suga avidamente o seio materno e no cálido corpo da mulher, o quente do leite, o bico do seio, os carinhos maternos, a ternura que lhe é passada através do prazer e desejo da mulher vão despertando o corpo infantil, o prazer pela vida e sua auto conservação. A criança não conhece o objeto sexual mas vai despertando uma zona erógena que é seu alvo sexual.
Ao sugar o seio, a satisfação no rítmo da sucção, o local da pele das nucosas, seus lábios fazendo o papel de uma zona erógena, não só torna-se-ão uma atividade prazerosa, como também é a primeira e a mais importante atividade na vida infantil.

Laplanche cita que " a atividade sexual se apóia primeiramente sobre uma das funções que servem à conservação da vida, só liberando-se dela mais tarde. {...} Depois da necessidade de repetição da satisfação sexual se separa da necessidade de nutrição... Dessa forma inicia-se o processo de onanismo, que é um ato sexual sem a participação de uma outra pessoa.Embora, Freud conteste afirmando que nos primeiros anos de vida de uma criança, ha um auto-erotismo no qual não surgem fantasias "o auto-erotismo seria porém récuo, tempo de um devir e não tempo originário".

Desde o momento em que a criança nasce as zonas anal e genital são objetos de cuidados. Assim sendo, essas zonas erógenas, serão sem dúvida, impregnadas de fantasias dos adultos. Essas zonas de limpeza são manipuladas de diversas formas, variando de criança para criança. Por outro lado, temos por parte do adulto a ternura, que é tido como um fator biológico, com comportamentos parcialmente inatos e adquiridos, além de outros fatores, vão deslizando, insinuam, de maneira inconsciente, tornando-se assim uma mensagem do adulto. É na atividade de alimentar , cuidar, limpar, proteger, que surge a mensagem sexual do adulto. Pai, mãe, homem, nulher e todos os seus substitutos ou sucessores.
As zonas erógenas surgem delimitadas, contornadas e destacadas do corpo e no corpo pelas fantasias dos adultos, criando uma corrente de afeto, e apego, unindo-a à sexualidade e o narcisismo.
É comum a ereção peniana por parte dos meninos, e o inchamento clitoriano por parte das meninas no ato de mamar, tomar banho, trocar fraudas, passar talco ou mesmo nas carícias paternas. O desenvolvimento da sexualidade vai se dando na medida em que o corpo também vai se desenvolvendo, adquirindo coordenação motora. Explorando as suas genitálias as crianças sentem prazer e muitas chegam aoa orgasmo. Elas murmuram e riem de satisfação, e, ficam aborrecidas quando são obrigadas a interromper a sua brincadeira: a masturbação.