Toda sociedade tem a sua própria cultura, incluindo um segmento que chamamos de "cultura popular religiosa", no qual o povo manifesta o seu mundo interior através do temor aos deuses maléficos e respeito aos deuses protetores.
Dessa forma, encontramos na cultura haitiana o ritual mágico-religioso chamado VODU, que são práticas e crenças pertencente aquela cultura. A palavra VODU vem do termo VODUN, do idioma Fon, originário da África Ocidental, que significa deus, espírito ou objeto sagrado.
O VODU está mais ligado a idéia de feitiço, magia negra. Mas é claro que o ritual VODU não é apenas isso, mas uma religião popular sistemática, como a nossa Umbanda, a Santeria, em Cuba e com derivações em outras sociedades. Disseminado por toda nação haitiana, o VODU , suas manifestações e suas práticas, aparece para os não participantes e leigos como feitiçaria, mas na realidade é parte importante no sistema social haitiano.
" Na Iniciação de Sacerdotes, o noviço deve permanecer de pé, com as costas apoiadas no pilar central do templo, pois é por esse esteio que os LOA devem descer quando invocados. O poste é consagrado a LEGBA, guardião da passagem entre este mundo e o outro." ( Revista HOMEM, MITO e MAGIA, ED. Três, fasc. 1 ).
Quando o indivíduo é possuído por algum LOA, passa a sentir uma sensação de peso no pescoço ou nos ombros, e uma sensação de imenso poder. Assim, não é diferente daquele que é possuído por um Caboclo, na Umbanda, e por um Orixá, no Candomblé, no Brasil.
O ritual do VODU trata os espíritos como alguém com os quais os seres humanos precisam negociar para viverem em harmonia, daí as oferendas propiciatória, o que faz com que os invisíveis tornem-se amigos e sejam usados para diversos fins.
Na realidade, o lado do feitiço e da magia negra é aquele praticados pelos membros que têem o conhecimento, na maioria das vezes, herdados de seus antepassados. O que não foge do povo que pertecem ao mundo do Candomblé, aqui no Brasil, e, da Santeria em Cuba. Tudo é herança ancestral vindo de muito longe e criado raizes nas Américas.
