sábado, 27 de novembro de 2010

RELIGIÃO

MESTRES FAMOSOS DO CATIMBÓ (3)

MESTRE PRÍNCIPE DA JUREMA
Feiticeiro e não gosta de muita conversa; "trabalha! muito, exige respeito e reverência; sempre disposto ´à´prática da feitiçaria; conhece muitos segredos. sabe usar as ervas, bebe e fuma com moderação. Sua postura, quando "acosta" é de altivez.

MESTRE TANGURI-PARA
É caboclo do rio Madeiras.
Protege todos aqueles que carreguem armas, especialmente vaqueiros e cangaceiros; Sua chegada, geralmente, deixa o "Acostado" em estado lastimável por ser uma força muito forte e poderosa; Exige em seus "trabalhos" alguma arma,de fogo ou branca, do contrário,faz uma imitação, como quem estivesse usando-as.

MESTRE TUPô
É chefe de um reino encantado.
Quando "acosta" numa "mesa" é para resolver casos complicados e fazer as pazes entre as pessoas.

MESTRE URUBATÃO
É um encantado que mora nos fundos do rio Verde.
Combate feitiços; é guiador e planta a semente nos corpos dos iniciados. Sua maior virtude é gostar de "flechar" os corpos e não admite fazer feitiço

MESTRE ZINHO
"trabalha" com um punhal que o chama de Satanaz, além de carregar uma chave que diz ser do reino do Vangalô; para abrir e fechar espaços encantados. Bebe cauim e fuma na sua "marca mestra" enorme. "Acosta" com muita violência,e tanto faz "trabalhar" para o bem ou para o mal. Não tem "linho", canto.

MESTRE ITAPUÃ
É destemido, com muita força coragem e poder; vem das matas, flechando e caçando; é um guerreiro contendo muita vibração, Gosta de fumar tauari enquando "trabalha" com sua "marca mestra".

MESTRE ZE PILINTRA.
Em vida era mulherengo, arruaceiro, jogador e assassino. Sua história diz que matou pai e mãe e toda família.
Quando "acosta" torna o indivíduo brincalhão, gozador e atrevido além de conquistador. "Trabalha" de acordo com o que recebe; cura ou mata. fuma e zomba de tudo, sendo muito prozeador, mas de muita "ciência" É famoso em todo nordeste nas "mesas" de Catimbó.

quinta-feira, 25 de novembro de 2010

RELIGIÃO

MESTRES FAMOSOS DO CATIMBÓ ( 2 )

MESTRE XARAMUNDI
Outro mestre muito popular na Pajelança, que veio para a mesa do Catimbó. É curador por excelência, mas também é feiticeiro, vingador e defensor. Em vida, foi um chefe Tuxaua. Gosta de tocar gaita e beber jurema.

MESTRE ROLDÃO DE OLIVEIRA
É curador. Quando "acosta" pede licença. É de paz e busca sempre, fazer o bem; gosta de prosear, mas nunca diz de onde vem. É filho do reino do Juremal; não gosta de beber cauim, mas pede sempre a fumaça. Cura, rezando e sabe preparar emplastros de ervas.

MESTRE MUSSURANA
Nome de cobra, este mestre também veio da Pajelança do Amazonas e do Pará. Seu reinado fica para os lados do rio Trombetas.
Carrega sempre sua "marca mestra"; bebe cauim.

MESTRE LUIZ DOS MONTES
Em vida foi um grande dirigente de Catimbó. É considerado um espírito forte e poderoso; sua maior especialização é curar mordida de cobra, e além disso, também, cura doenças de peles, através de orações fortes.

MESTRE FELIPE CAMARÃO
É um mestre violento que nasceu sob um pé de oiticica. É guerreiro sanguinário, vingador, vencedor e heroi. Quando "acosta" usa um punhal e faz uma coreografia com seu "linho" (canto) que ao manejar o punhal fere o seu "burro" (médiun). Sua origem é a embocadura do rio Maxaranguape.

MESTRE PINERONA
É um velho caboclo do Amazonas; tipo baixo, mas com muita vidência. É tido como esperto e advinhador; gosta de usar flechas para flechar tambaqui e, também, se for preciso, gente.

MESTRE REI HERON
Curador de lepra e feridas. Em vida vivia na selva; foi doutrinado pelos missionários, tornando-se pregador e amante do paz.
É um espírito curador, rezador que gosta de cantar.

MESTRE PEQUENO
Em vida era um catimbozeiro pernambucano da região do Brejo da Madre de Deus. Era um pajé famoso entre outros, do nordeste. É considerado benfeitor e gosta de viajar; trabalha com defumadores e ajuda a achar coisas perdidas, além de descobrir os segredos dos outros.

MESTRE TURUATA
Outro que veio da Pajelança do Amazonas; é um chefe Tuxaua; conhecedor de todos os segredos da Pajelança. Gosta de trabalhar com cobras, beber cauim; é caboclo flechador, mau e caçador. Usa as cobras para as suas feitiçarias, até mesmo comendo pedaços crus de cobra e beber cauim.

MESTRE TABATINGA
Em vida era um índio. Ora, é tido como mestre curador e amigo da fumaça às direitas; ora, como perverso, discrente em Deus, que quando "acosta" manda apagar as velas; faz figa e xinga. É considerado rei dos feiticeiros.

segunda-feira, 15 de novembro de 2010

RELIGIÃO

MESTRES FAMOSOS DO CATIMBÓ.

MESTRE MANICORÉ
Da Pajelança do Pará e do Amazonas para as "mesas" do Catimbó do Nordeste. Morreu aos setenta e três anos de idade, chefe de muitas tribos, e de todos os pagés. Religioso, doutrinador,porém desconfiado. É curador. Quando tira o seu "linho" não gosta de côro. Prega a religião católica.
No mundo dos "Encantados" o mestre Manicoré chefia 372 pag és do Reino de Juremal. Alem de comandar , nos Reinos de Vajucá, Ondina, Rio Verde e Cova de Salomão.
Manicoré é denominação de rio, cidade e município do estado do Amazonas.
O grande chefe Manicoré tinha como inimigo, o chefe Tuixaua, Agissé, seu vizinho.

MESTRE MANUEL CADETE
Quando na terra, foi um afamado catimbozeiro.
Seus "trabalhos" são considerados de muita eficácia e fazer o bem é sua meta. É considerado Rei no Reino do Vajucá.
Bebe água defumada com três pancadas da "marca mestra", o cachimbo.

MESTRE INÁCIO DE OLIVEIRA
Este mestre quando chega numa "mesa" de Catimbó, gosta de fumar e através da fumaça do cachimbo distribuir felicidade.
É muito procurado pelos seus "Trabalhos", que servem para tudo. É um respeitado mestre, bom e justo. É pai do Mestre Carlos.

MESTRE MALUNGUINHO
Para uns é tido como negro feiticeiro e mau; para outros, é um caboclo, indio,chefe das matas brasileiras. É uma espécie de Exu dos Candomblés: abre e fecha as porteiras,deixando o bem entrar e afastando os contrários.
Bebe muito "cauim", trabalha com sapos e panos pretos, quando vem "nas esquerdas". Meia-noite é sua hora boa; "Trabalha" enfiando a cabeça no chão. É um ser do interior das matas, assim como o Saci-pererê e outros.

MESTRE BOM FLORAL
Este mestre dá o nome a uma cidade santa do além, Bom Floral. Quando "acosta" numa "mesa" de Catimbó haverá sempre um casamento para ele executar. Com sua água benta fluída através de sua força, une o casal de noivos e, os abençoa.
É um velho feiticeiro, meio cigano. Gosta de beber cauim.

MESTRE ANTONIO CABOCLINHO
Este "encantado" quando "acosta" adora uma briga; É desconfiado e turrão. Não acredita em Deus, morreu pagão e em vida era bugre de Mato Grosso.
É feiticeiro, protege os arruaceiros e brigões; está sempre defendendo questões, seja ela qual for.

MESTRE JOÃO PINAVARUSSU
Veio da Pagelança do Pará para o Catimbó do Nordeste. É caboclo, que em vida, era casado com Mestra Faustina.
Gosta de trabalhar nas águas azuis do mar, com sua cabaça vai desfazendo feitiços e malefícios; mas "trabalha" tanto nas esquerdas como nas direitas.

( Baseado em Câmara Cascudo e Mário de Andrade).

quinta-feira, 11 de novembro de 2010

RELIGIÃO

UMA BREVE VISÃO DO CANDOMBLÉ DO BRASIL

A sociedade brasileira é uma síntese das culturas africana, européia e índigena americana. Todavia, verificamos que há uma predominância da cultura européia, mas com uma forte influência da cultura negra, agora, cada vez mais revista e considerada, principalmente quando se discute os seus valores na arte, na religião, na música e na culinária.
A importância do africano no Brasil está sendo discutida com uma certa seriedade, não só pela sua densa população como também pelo seu valor histórico na formação da economia brasileira entre outras atividades a extração de minério e plantação da cana-de-açúcar.
O transporte da cultura africana para o Brasil foi violento e arbitrário por um longo período da formação social brasileira. Durante séculos sociedades inteiras foram dizimadas, seus membros mortos ou vendidos como escravos, distribuídos para várias partes do mundo principalmente para o Novo Mundo, incluindo os portos brasileiros.
A religião como parte importante do sistema social africano, em especial da região chamada Costa dos Escravos, veio aqui reassumir papel de suma importância na sobrevivência de sua cultura. Membros de várias linhagens, regiões e grupos diferentes aqui se reuniram, trocaram informações, mesclaram conhecimentos, reforçaram os laços ideológicos que muitas das vezes foram rompidos em sua terra natal através de guerras e demandas; passaram a assimilar novos costumes, novos dialetos, novos deuses, mas sempre mantendo os laços comunitários rompidos na suas terras de origem.
Desse modo, a pureza da cultura regional, tribal ou mesmo de nação, foi manchada na própria origem e em seguida nos porões das embarcações através dos oceanos, para finalmente nos portos de desembarque quando famílias inteiras eram desfeitas, seus membros espalhados para as diversas partes desse imenso Brasil.
Roger Bastide afirma que os primeiros escravos deveriam pertencer às tribos do litoral: " Vieram os Bantus, representados pelos negros de Angola, Congo e Moçambique; os Islâmicos, como os Mandigas, Haussas, Tapas, Gurunsis, e por últimos os Sudaneses, divididos entre povos Iorubas: Nago, Ijexa,Ketu, etc.; Os Daomeanos como os Geges; e os Fanti Axanti chamados de Mina, e outros menores."
Acredita-se que os últimos negros a serem escravos e vendidos aqui no Brasil eram do grupo Nagô, principalmente os de Ketu que se estabelecendo na Bahia, importaram " seus costumes, suas estruturas hierarquizadas, seus conceitos filosóficos e estéticos, sua língua, sua música.sua literatura oral e mitológica.E, sobretudo, trouxeram para o Brasil sua religião..." ( Juana Elbein)
Essa visão que temos desta miscigenação torna dificil para nós definirmos o grau de pureza das religiões chamadas afro-brasileiras; mas observa-se claramente que a cultura religiosa Nagô predomina, possivelmente pela possibilidade de intercâmbio que se efetuou logo após o fim da escravidão, tornando assim mais latente suas tradições.
Assim, encontramos uma certa resistência por decendentes dos grupos afro-baianos de aceitaram como puros os demais rituais, catalogando-os como impuros, ciosos que são de suas raizes, a "Nação Yoruba". Sendo assim , uma forma " utilizada pelos terreiros para marcar suas diferenças e expressar suas rivalidades, que se acentuam na medida em que as diferentes formas religiosas se organizam como agências num mercado concorrencial de bens simbólicos." ( Beatriz Goes Dantas ).
Partindo desse contexto, é necessário levar em consideração todas as dificuldades que a História registra, afirmando que não há pureza no sistema religioso afro-brasileiro, mas uma adaptação em um novo contexto social.

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

MAGIA

MAGIA DAS PALAVRAS

" Pode ser um equívoco misturar vinhos diferentes, mas sabedoria nova e velha se mesclam admiravelmente." ( Bertolt Brecht )
" Aprendemos a voar como os pássaros, a nadar como os peixes, mas não aprendemos a conviver como irmãos. " ( Luther King )
" Não seja tão detalhista. É melhor ter diamantes de segunda mão do que não ter nenhum."
( Mark Twain )
" Sem trabalho, o talento é apenas um fogo de artifício; ofusca por um instante mas não deixa nada." ( Roger Martin du Gard )
" Seja fiel aos seus sonhos, pois se eles perecerem, a vida terá uma asa quebrada e deixará de voar." ( James Langston Huges )
" Na natureza uma lagarta repugnante se transforma numa linda borboleta. Com os seres humanos acontece o contrário." ( Anton Pavilovitch Tchekov )
" As três coisas mais perigosas que conheço são: limpar arma de fogo, mulher do vizinho e croquete de botequim." ( Stanislaw Ponte Preta )
" O segredo de pôr as pessoas no ridículo estar em declarar talento aqueles que não o possuem." Ezra Pound )
" A imaginação nada mais é que o aproveitamento da nossa memória." ( Pierre Bonnard )
" A soberania das nações alcança o espaço aéreo e o aquático. Só não alcança o coração dos homens." ( Carlos Drumond de Andrade )
" Se você treme de indignação perante uma injustiça no mundo, então somos companheiros. "
( Che Guevara )
" Posssua um coração que nunca endurece. Um temperamento que nunca pressiona e um toque que nunca magoa." ( Charles Dickens )
" Liberdade é uma palavra que o sonho humano alimenta. Não há ninguém que explique e ninguém que não entenda. " ( Cecilia Meireles )
" A vida só pode ser compreendida olhando-se para trás; Mas só pode ser vivida, olhando-se para a frente. " ( Soren Kierkegard )
"Mais vale não fazermos nenhuma idéia de deus, do que fazê-la indígna Dele." ( Francis Bacon )
"Sonho não é coisa de maluco. Sonho é coisa de quem existe e vive." (Paulo Freire )
" Dobrada é a ignorância, quando um homem ignora que é ignorante," ( Platão )
" Dificuldades e obstáculos são fontes valiosas de saude e força para qualquer sociedade."
( Albert Enstein )
" Um ser humano só cumpre seu mais nobre dever quando tenta aperfeiçoar os dotes que a natureza lhe deu." ( Herman Hesse)
" As mulheres podem ser tão firmes quanto os homens. Embora não o pareçam, ou não queiram parecer." ( Indira Gandhi )