quarta-feira, 30 de junho de 2010

Magia

A Magia dos búzios

Quando se fala em "jogar búzios" uns acham que é psicólogico, que o indivíduo usa da psicologia, outros acreditam que é advinhação, e, nunca pensam que é um sistema divinatório criado por uma cultura milenar de alta tradição. Formado por diversas partes esse sistema se estrutura tendo como base de apresentação uns caracóis pequenos chamados búzios denominados "abertos" e "fechados". Quando nos referimos a "Buzios abertos e fechados" dizemos que a abertura é aquela que vem com a fenda natural, desdentada, como uma espécie de serrilha; e a parte oposta , que é a "fechada", claro, sendo lisa ou porosa com diversos formatos mas naturalmente redondos ou compridos, denominados de fêmea ou machos, grandes, pequenos e médios. Mas para que os búzios tenham equílibrio durante as caídas, costumamos tirar essa parte porosa ou lisa com um estilete para não quebrá-los, o que o torna mais equilibrados e com maior mobilidade, mas que apesar disso sempre nos referimos a parte "fechada", porque é naturalmente fechada. Ao retirar aquela parte que recobre o outro lado não fendido do búzio, este fica totalmente aberto e muitos confundem com a parte "aberta", quando na realidade a parte "aberta" é aquela fenda natural. Existem vários métodos de se jogar búzios, mas o mais comum é aquele que se joga com dezesseis (16) búzios. Quando desejamos confirmação de uma resposta, tiramos quatro (4) bízios e jogamos para confirmar a previsão e suas respostas são: Sim, Não, Mais ou menos, jogue de novo. Já os dezesseis búzios, têm suas caídas e de acordo com o desenho delas é que vamos decifrando as previsões,e através dos conhecimentos adquiridos as interpretamos. Exemplo: Quando cai um búzio aberto e quinze fechados. Não será apenas aquele búzio aberto que vai servir de leitura, mas toda configuração da caída, como o desenho, a forma como se espalham, juntamente com os outros apetrechos que fazem parte do jogo: pedra redonda, pedra comprida, moedas antigas, sementes... e, assim assim surge a possibilidade de uma leitura completa, poque como eu já disse o jogo de búzios é um sisema estruturado e são suas partes que vão dar significado ao todo. O mais importante é o conhecimento das estórias e lendas que estruturam a vida dos orixa e odús, que estão associados ao destino do indivíduo; em seguida, ter uma boa vidência e possibilidades de ouvir mensagens, e está sintonizado com os orixa. Para que os búzios e os outros objetos que compõem o jogo torne-se sagrado é necessário "batizá-los" com a água composta do sumo de várias ervas apanhadas no cair da tarde de lua cheia; a água não será da torneira, mas natural. Após esse ritual,damos ebo ,com o sangue de um pombo branco sobre eles.Após 24 horas lava-se tudo, novamente, com a água pura .Dai em diante o jogo está preparado para ser efetuado. Lembre-se: é importante está sempre de corpo limpo. A mulher não pode estar menstruada ,usando preto e manter relações sexuais antes de 24 horas ; o homen não pode usar preto, ter relações sexuais antes de 24 horas. Deve-se jogar os buzios em um pano branco virgem e mantê-lo sempre coberto após o jogo, sendo que a maioria usa uma peneira devidamente preparada. Nem tudo é tão simples como parece, muito pelo contrário , há uma complexidade para se atingir o sagrado.

domingo, 6 de junho de 2010

MAGIA

RITUAIS MÁGICOS NO CANDOMBLE


BORI OU OBORI.


Entre os rituais mágicos do Candomblé existe um que é de fundamental importância para o ser humano, que é o de alimentar à cabeça. Ebó significa oferenda, alimento, e, Ori, significa cabeça. Assim, no linguajar do povo do Candomblé, esse ritual é mais conhecido comoBORI.
O Bori é praticado para diversas finalidades, e está sempre ligado no sentido de fortificar a cabeça do indivíduo. Alem disso, também pratica-se no ato de consagrar os atabaques, instrumentos musicais , os buzios , para se conhecer a palavra dos orixa, e tudo aquilo que torna-se sagrado numa "casa-de-santo".
É uma cerimônia interna, vedada ao público, devido a sua força e fundamento, portanto, sagrada e geralmente feita pela madrugada, na lua nova e crescente, de preferência. Comumente, essa cerimônia é praticada nos finais de semana, nas grandes cidades, para poder os preceitos serem cumpridos com uma certa regidez. Cuidar da cabeça é um ato que se requer conhecimento dos fundamentos e muita responsabilidade no prazo estipulado para as metas estabelecidas serem de fato concretizadas. Dependendo da finalidade pode ser 1, 3 ou 7 dias para se fazer o preceito.Quando não se cumpre o determinado, geralmente, muitas coisas podem acontecer... principalmente dores na cabeça.
As finalidades são várias como já salientei, mas a principal é aquela que o indivíduo inicia-se no mundo dos Orixa, e,vem precedido pelo ritual do "sacodimento",banhos de ervas entre outros; muitos buscam melhorias financeiras, outros, saúde, e por ai vai.
Para que o indivíduo possa receber o bori é necessário que ele esteja preparado espiritualmente, para isso deve explicá-lo de modo suscinto o ritual para que não haja complicações quando ele estiver recolhido. Tudo é muito simples mas acarreta muitas energias a ponto de trazer problemas para quem recebe e quem faz. Saber todo fundamento é primordial.
Depois do sacodimento , o banho, roupa trocada, branca, mulher saia, homem calça, é recolhodo à camarinha, deitado em uma decisa(esteira), que é preparada com fôlhas recolhidas no mato na tarde do mesmo dia, onde serão posta sob a esteira,espalhadas, como se fosse um colchão... Na cabeçeira estarão uma quartinha de louça branca com água, uma vela de cêra de trinta centímetro, acesa, uma vela branca de sete dias, uma bacia de ágata,uma faca, um obi num prato de louça branca.
Aguarda a madrugada chegar, quatro horas da manhã,para iniciar o ritual de dar comida a cabeça,ou seja, o BORI.