sábado, 6 de dezembro de 2008

RELIGIAO E MAGIA

ORAÇÕES DE AMOR E DESEJO


(Uma foto ou o nome completo escrito sete vezes no papel vegetal. Em seguida coloca sob o pé esquerdo e recita a oração, tantas vezes quanto sentir necessidade.)

Oração para atrair o amado/a.

( Fulano/a ) você me pertence assim como as estrelas pertencem ao firmamento, / assim como Cristo pertence à cruz./ Por nossos sangues cruzados, por nossos ais derramados eu e você fulano/a, somos uma só pessoa / assim como foi, é, e sempre será a Santíssima Trindade, Que assim seja.

Oração para atrair e seduzir

(Horário apropriado será sempre às 18 e 24 horas, Uma foto ou o nome completo escrito sete vezes em papel vegetal, coberto com pétalas de rosas vermelhas em um prato branco de louça, virgem, colocado dentro de casa em um lugar que ninguem veja. Sempre recitando a oração. Assim que for atendido/a, enterrar os ingredientes sob uma árvore frondosa.)

Eu vos espero, fulano/a, / Vinde meu amor, eu sou a vossa casa, o vosso repouso. / Eu vos imploro! / Vinde meu amor. / Ficais comigo e não me abandonais. / Lavarei vosso corpo, alimentarei vosso desejo e estarei sempre com a porta aberta. / À noite, um banquete vos servirei e vós sorverá o nectar dos deuses. / Nós nos embriagaremos e fundiremos os nossos corpos por toda a eternidade. / que assim seja!

sábado, 22 de novembro de 2008

RELIGIÃO POPULAR BRASILEIRA

T O R É


Na boca da meia noite / eu vou brincar o meu Toré ( BIS )
vou chamá todos caboco / da aldeia do Caindé ( bis )
Caindé, Caindé / Inderê Caindé ( bis )


O Toré é um ritual místico religioso de origem indígena, do norte e nordeste brasileiro.
Embora esteja ligado ao Catimbó e a Pajelança, entre outros cultos de origem amerindios, O Toré ainda busca, de certa forma, manter a pureza de suas tradições. Mesmo assim é um ritual sincrético, marcado que é, pela forte presença da cultura européia, notadamente pela mistura dos povos que aqui se adaptaram.
O Toré , é de início um ritual de final de semana, ao ar livre, em lugar previamente estabelecido, na mata, em uma clareira. Hoje se faz dentro de um recinto. Na cidade de Piaçabuçu no estado de Alagoas. quando não havia perseguição policial o ritual era executado próximo de um cruzeiro das almas.

Os participantes de um Toré são indios puros, filhos e descendentes, cafusos, mamelucos, caboclos e afins. É necessário comprovadamente, ter sangue de indio, porque brancos e negros não podem participar, principalmente, nas cerimônias mais importantes ou aquelas consideradas fundamentais para a sua sobrevivência .
Atualmente, o Toré praticado em Piaçabuçu, está semelhante ao Catimbó e a Pajelança, pelo menos quando se observa o ritual público. Os participantes reunem-se à noite das sextas feiras, num recinto acanhado. sob a luz de candeeiros, em círculo dançam e cantam acompanhados por tambores,maracás e palmas; bebem, fumam cigarros-de-palha ou charutos, e
aguardam os espíritos de seus antepassados que continuam dançando,cantando e bebendo. A noite passa e ao amanhecer do dia todos se recolhem para reiniciar na noite seguinte.
Não é um culto aos deuses, os orixa, como no Candomblé, mas sim um ritual que visa o contato dos espíritos de seus antepassados com aquela comunidade para trazer bons augúrios.
No Toré que presenciei em Piaçabuçu, já havia presença de negros e brancos, embora a maioria era de caboclo. Por outro lado, observa-se dois momentos distintos: Um é aquele público,da festa, do canto, e da dança; o outro, é o da reza, da cura e do segredo. A presença se limita aos iniciados e aqueles adiantados no "trabalho", que é chamado de "trabalho de ciência".
No "trabalho de ciência" só se apresenta espíritos de caboclo e "juremados"; o caboclo é o
"encantado" das matas, dos rios, dos mares, de origem indígena, vivendo nas profundezas daqueles mundos, em suas aldeias ou reinos. Enquanto o "juremado" é aquele que está nos ares, mas que em vida bebeu jurema, líquido preparado com muito fundamento mágico, ou morreu sob uma juremeira. Ele não precisa ser indios mas é necessário ter sangue de indio, assim ele poderá frequentar as aldeias e torés.
O "trabalho de ciência" tem como finalidade a cura, o bem estar daquele que busca soluções para seus problemas, o que para isso encomenda os "serviços" do mestre do Toré. É nesse momento que segredos são revelados, rezas fortes e fórmulas mágicas são enunciadas, com o surgimento dos mestres do além exibindo todo o seu conhecimento.
Uma das práticas mais procurada nos "trabalhos de ciência"é o ritual mágico chamado "fehamento do corpo". segredo que não deve ser revelado para os não-iniciados. Acredita-se que caso venha a ser revelado a magia perde o seu encantamento.

( Extraído dos originais de meu trabalho sem título e editora)

sexta-feira, 14 de novembro de 2008

ENTRE O CEU E A TERRA

CERIMÕNIA DO 'AXEXE' NOS CULTOS DE ORIGEM TRIBAL AFRICANA NO BRASIL


Em toda sociedade o cerimonial fúnebre é significativo e necessário, E quanto mais importante em termo de "status" for o indivíduo, mais elaborado e complexo será o seu "último adeus".
Nos Candomblés tradicionais, culto aos Orixa, de origem tribal africana,a cerimônia de despedida dos mortos daquela comunidade,é chamada AXEXE.
A palavra AXAXE é de origem Iorubá e serve para designar um cerimonial fúnebre com a finalidade de "despachar" a alma à sua origem, libertando-a da matéria.
O pensamento Nagô é que "uma vez cumprido seu cíclo de vida cada ser humano se desintegra para restituir-se em parte às massas progenitoras e reforçar o ÁSÈ das mesmas. Quanto mais a vida de um ser humano terá sido útil e profícua para a comunidade, mais seu Àsé será poderoso. Outra parte daquela força e poder será reencarnado em seus descendentes diretos. (vide "Os nagos e a morte" de Juana Elbein).
O ritual dentro das diversas casas de santo é sem pre o mesmo, com pouquissimas variações e os acontecimentos que por ventura venham a surgir. Porém, em toda cerimônia, os aatabaques , instrumentos musicais, são silenciados sendo substituidos por uma outra espécie de instrumento musical próprio para aquela cerimônia, O branco das vestimentas é obrigatório, como também o uso de moedas. A duração é de três a sete dias e nos cinco primeiros o ritual é sempre o mesmo sofrendo variações de pouca importância.
No momento em que o ser humano expira, sua parte espiritual desprende-se do corpo e retorna ao espaço; uma vez enterrado, a matéria se decompõe. Suas partes que contêm a agua ,vão unir-se às águas contidas na terra enquanto a carne será absorvida pela terra e os ossos, com o tempo, se tornarão pó.

segunda-feira, 13 de outubro de 2008

A PUBERDADE

O primeiro sinal de puberdade, nas meninas, é o desenvolvimento dos seios, e nos meninos, o aumento testicular. O surto de crescimento ocorre em primeiro lugar nas meninas e a seguir nos meninos. O crescimento é assimétrico, tornando o adolescente com o aspecto de desajeitado.


O súbito aparecimento dos hormônios provoca alterações nos órgãos e nos sentimentos sexuais. O interesse sexual aumenta logo no início da puberdade, surgindo a ejaculação, tanto através do sono como da masturbação.

No início, o adolescente busca afastar-se da família e envolver-se em atividades entre eles. A sua socialização, agora, está nos grupos dos colegas do mesmo sexo. Piadas,agarra-agarra,brincadeiras de forma dispersivas, quem gosta de quem, atestam o desenvolvimento da sexualidade e o conhecimento do corpo.

É um período que fica entre a maturidade biológica e o momento de assumir deveres sociais, tornando-se assim um período, com certeza, com diversas facetas nas suas manifestações em seu cotidiano. Momento de vivência intensa, principalmente nas descobertas dos prazeres do corpo, das trocas afetivas, das fantasias que reforçam a consciência do desejo e da excitação sexual, de forma confusa mas autêntica.

A masturbação, nessa fase, se manifesta de maneira intensa entre ambos os sexos, a mulher, o homem, em qualquer nível cultural ou classe social, apesar de todos os resquícios de um passado de medo, pecado, doença e morte.

segunda-feira, 1 de setembro de 2008

FASE ANAL - SEXUALIDADE INFANTIL

O anus, como os olhos, a boca ou os genitais, é um órgão corporal ligado a serviço das funções vitais sexuais. É uma zona erógena.
Wollheim, { As idéias de Freud, 1976}, afirma que " mais tarde Freud sugeriu que a plasticidade dasexualidade tem profundas raizes nas confusões zonais que parecem ser parte inerente do nosso pensamento e sentimento sobre o corpo".
A fase anal é um momento de mais uma descoberta de uma zona erógena. Acriança, ao defecar, sente prazer, ora em segurar as fezes,ora ao ser limpa, e no toque do adulto, e, tocando o seu anus busca conhecer mais uma zona erógena. Mostra as fezes espalhando-as com as mãos,rindo com prazer, demonstrando a pulsão da crueldade que se manifesta e se desenvolve na infância.
Filloux, {O Inconsciente, 1988}, declara que Freud "propõe o emprego do termo libido para significar o valor dinâmico das tendências sexuais, infantis ou adultas...Análoga a fome em geral, a libido designa a força com que se manifesta o instinto sexual...Evolução da sexualidazde e evolução da libido significam por tanto a mesma coisa..."
A fase anal é simultânea e sucessiva à fase oral. Dessa forma, Filloux diz que na fase anal a diferença está no prazer resultante da satisfação de certas necessidades que é o alvo da libido.

FASE GENITAL

A fase genital é caracterizada pelo prazer infantil de mostrar e manipular os seus próprios órgãos genitais, A princípio, a libido fixa-se em um objeto exterior, no caso, o seio materno; em seguida o próprio corpo. O auto-erotismo se faz presente dessa forma, nas fases sucessivas da sexualidade infantil. Todo indivíduo, com certeza , conforme Freud , passará por essas fases, de um modo
evidente ou encoberto.
Na fase genital, que é uma etapa de transformação da sexualidade humana, ligada às três fases criadas por Freud. a criança está mais conhecedora de suas genitálias como zona erógena, assim
a masturbação é mais desenvolvida e de certa forma, a criança exibe com muito orgulho essa forma prazerosa, manipulando e explorando mais amiude os órgãos genitais, principalmente os meninos, por tê-los exteriores.
Toda criança é dependente de sua mãe. Ela é a fonte de alimentação, conforto e objetode anseio sexual, portanto, é uma escolha original , deseja a mãe só para si, exclusivamente; seu objeto de amor, o primeiro. Daí surgir um conflito que é para a criança uma ameaça, vindo de seu pai, o que vai gerar um desejo hostil com relação ao próprio pai. Esta ameaça é representada pela a ameaça de castração gerada por sua mente, embora, com toda esse conflito que vem da figura paterna,a criança também ama seu pai e gera o medo de que algo possa acontecer ao seu pai por causa de sua hostilidade.
Giddens, {A transformação da Intimidade, 1990}, afirma que " o desenvolvimento sexual é uma questão ameaçadora, tanto para os meninos quanto para as meninas: sendo visível, o penis é também vulnerável e a rivalidade do menino com seu pai é a base de uma mistura extremamente ansiosa de perda e aquisição de autonomia. Mas a menininha é um ser ... que nasceu "castrada", sua heterossexualidadesó é atingida de modo secundário, quando percebe que jamais poderá possuir a mãe porque não tem o pênis."
O ódio ao pai, o medo da castração, a descoberta pela menina de sua castração, o reconhecimento da diferenciação dos sexos, todos esses conflitos levam a criança a uma nova etapa de sua sexualidade.
O falo como representação imaginária do pênis, simboliza o poder mas também a revolta e a liberdade. É o símbolo chave na busca da criança por uma independência em relação a mãe, ao mesmo tempo o início da busca de sua auto-identidade. Com tantos conflitos laatentes, a criança ainda sente inveja do pênis , e assim deseja se identificar com o pai. É a fase edípica, afastamento da mãe, fixação erótica no pai. Mais uma vez a sexualidade é reprimida. É o medo da castração.

FASE DE LATÊNCIA OU AMNÉSICA

Esse periódo dura desde o momento em que a sexualidade infantil e interrompida de maneira abruta, até o início da puberdade.Nesse espaço de tempo a criança vai construindo a sua auto-identidade, defrontando-se lentamente, com problema da escolha do novo objeto e de desligar-se
dos desejos libidinosos referente a mãe, buscar uma reaproximação com o pai, além de tentar encontrar um amor semelhante o de sua mãe.
É um período de recato sexual, descobertas de novas brincadeiras sexuais com participação de outros, colegas ou amigos. Tudo é camuflado, com regras impostas pelos mais velhos ou mais experientes. A criança vai ampliando o se conhecimento sexual, desenvolvendo o corpo e a sexualidade.Em casa o conhecimento sexual pode se desenvolver entre irmãos e irmãs. A masturbação, o sexo oral, anal, com animais ou objetos se tornarão práticas corrente. Aos dez anos, a fantasia sexual já faz parte do mundo da criança, não sendo algo fortuito, sendo a estimulação sexual deliberada.
A amnésia está em relação ao passado quando a criança dá um corte na auto-erotização,e, assim a partir deste momento é a busca de novos horizontes na sexualidade, entrando no aprendizado dos jogos sexuais do mundo adulto, com suas regras e normas, ao mesmo tempo que procede de maneira silenciosa e secreta as suas fantasias sexuais.

SEXUALIDADE INFANTIL

A sexualidade está no corpo, é libido e pulsão. A sexualidade infantil não tem normas, regras ou lei. Laplanche { Freud e a Sexualidade,1993} escreve que "primeiramente ela aparece apoiada sobre uma das funções corporais importantes para a vida; em segundo lugar, ela ainda não conhece o objeto sexual, ela é auto-erótica; em terceiro lugar, seu alvo sexual está sob o domínio de una zona erógena".
A sexualidade infantil é chamada por Freud de " perversidade polimorfa", por que não tem regras e tem múltiplas formas, por isso é tão" condenada, recalcada, constantemente negada
pelo adulto".

FASE ORAL

Ao nascer, assim que sái do ventre da mulher, do útero, o cordão umbilical é cortado, seu corpo é banhado, tocado com cuidados e desvelo, na maioria das vezes, para logo em seguida, ser entregue a mãe que o acolhe com carinhos e afagos, colocando-o no aconchego de seu ventre. A criança suga avidamente o seio materno e no cálido corpo da mulher, o quente do leite, o bico do seio, os carinhos maternos, a ternura que lhe é passada através do prazer e desejo da mulher vão despertando o corpo infantil, o prazer pela vida e sua auto conservação. A criança não conhece o objeto sexual mas vai despertando uma zona erógena que é seu alvo sexual.
Ao sugar o seio, a satisfação no rítmo da sucção, o local da pele das nucosas, seus lábios fazendo o papel de uma zona erógena, não só torna-se-ão uma atividade prazerosa, como também é a primeira e a mais importante atividade na vida infantil.

Laplanche cita que " a atividade sexual se apóia primeiramente sobre uma das funções que servem à conservação da vida, só liberando-se dela mais tarde. {...} Depois da necessidade de repetição da satisfação sexual se separa da necessidade de nutrição... Dessa forma inicia-se o processo de onanismo, que é um ato sexual sem a participação de uma outra pessoa.Embora, Freud conteste afirmando que nos primeiros anos de vida de uma criança, ha um auto-erotismo no qual não surgem fantasias "o auto-erotismo seria porém récuo, tempo de um devir e não tempo originário".

Desde o momento em que a criança nasce as zonas anal e genital são objetos de cuidados. Assim sendo, essas zonas erógenas, serão sem dúvida, impregnadas de fantasias dos adultos. Essas zonas de limpeza são manipuladas de diversas formas, variando de criança para criança. Por outro lado, temos por parte do adulto a ternura, que é tido como um fator biológico, com comportamentos parcialmente inatos e adquiridos, além de outros fatores, vão deslizando, insinuam, de maneira inconsciente, tornando-se assim uma mensagem do adulto. É na atividade de alimentar , cuidar, limpar, proteger, que surge a mensagem sexual do adulto. Pai, mãe, homem, nulher e todos os seus substitutos ou sucessores.
As zonas erógenas surgem delimitadas, contornadas e destacadas do corpo e no corpo pelas fantasias dos adultos, criando uma corrente de afeto, e apego, unindo-a à sexualidade e o narcisismo.
É comum a ereção peniana por parte dos meninos, e o inchamento clitoriano por parte das meninas no ato de mamar, tomar banho, trocar fraudas, passar talco ou mesmo nas carícias paternas. O desenvolvimento da sexualidade vai se dando na medida em que o corpo também vai se desenvolvendo, adquirindo coordenação motora. Explorando as suas genitálias as crianças sentem prazer e muitas chegam aoa orgasmo. Elas murmuram e riem de satisfação, e, ficam aborrecidas quando são obrigadas a interromper a sua brincadeira: a masturbação.

sexta-feira, 29 de agosto de 2008

SEXUALIDADE

Desde a Antiguidade que o Estado tem preocupação em regular e controlar a sexualidade. Os gregos e romanos não estimulavam a masturbação na fase da adolescência embora usassem as crianças para suas práticas sexuais.
Em "Eros e os processos cognitivos, 1996", Schott afirma que "tivessem ou não satisfação com as esposas, os homens livres podiam impunimente ter relações sexuais com servos, meninos ou meninas...", Apesar de terem consciência " do carater ameaçador do desejo sexual, indicado pelas crianças comumente sustentadas referentes a Eros, que os gregos acreditavam ser uma força extremamente poderosa". Os gregos viam o prazer sexual como uma pertubação e acreditavam que a desordem causada pelo prazer sexual levaria à loucura, mas também como uma atividade que dá vida e leva os homens ao seu destino mortal. Sexo e morte estavam associados. Daí surgirem ,vários rituais de purificação, entre eles o Órfico, que tornou generalizada a condição de pureza, como modo de vida; e a pureza seria a total e absoluta rejeição a todas as coisas poluidoras, entre elas o sexo e a morte.
Como observamos, desde a antiguidade entre os gregos , a criança era um ser insignificante, mal entrada na vida, renegada ao âmbito do lar, na mesma condição da mulher. A idade infantil era até os sete anos, e, a partir dos oito anos já era considerada a etapa da puberdade. É provável que não houvesse lugar para as crianças.
Entre os gregos, em especial na cidade estado Esparta, costumava-se sacrificar as crianças deficientes, e, na cidade estado ATENAS, os homens livres cediam seus filhos aos mestres, a partir dos oito anos para educá-los no conhecimento e nos prazeres da vida; A criança, tanto quanto as mulheres e escravos eram objetos de uso pessoal dos senhores.
Philippe Ariès no seu livro" História Social da criança e da família", afirma que "até por volta do século XII, a arte medieval desconhecia a infância ou não tentava representá-la... Esse sentimento de indiferença com relação a uma infância demasiada frágil em que a possibilidade de perda é muito grande, no fundo não está muito longe da insensibilidade das sociedades romanas ou chinesas, que praticavam o abandono das crianças recém-nascidas".
Em seu livro "Um amor conquistado, 1985", Badinter alega que "ainda em pleno século XVII a
filosofia e a teologia manifestarão verdadeiro mêdo da infância"...
No livro "A Cidade de Deus" de Santo Agostinho observa-se uma carga dramática e apavorante contra a criança, considerando-a um elemento do mal, símbolo do pecado original. Para ele a criança era um ser ignorante, sem regras, que caso não fosse controlada praticaria toda espécie de crime. Para Santo Agostinho a criança é o mais forte testemunho de uma condenação lançada contra a totalidade dos homens, pois ela evidencia como a natureza humana corrompida se precipita para o mal. A partir de então cria-se um aparato repressivo contra os costumes, desejos e hábitos das crianças.
A pedagogia, a educação, as escolas da época têm sua origem nos mosteiros e seguindo a doutrina clerical foram criando cada vez mais métodos repressivos contra a sexualidade, não só
nas crianças, como também nas mulheres e nas famílias; para o povo daquela época, a criança era mais um estorvo ou mesmo uma desgraça do que um mal ou pecado, devido a miséria e a pobreza em que viviam; cedo, a criança se tornava adulta, se conseguisse sobreviver.
Marilene Chauí em seu livro "Repressão Sexual,1984", afirma que "a partir do século XVIII,
começa a idéia de infância propriamente dita"... " Com Rousseau, surge a diferenciação de idades e de sexo, o que seria apropriado a cada um, além da preparação para as responsabilidades sociais, o casamento e a paternidade".
Reportando a Ariès, ele diz que " Por volta de 1600...dentro dos limites da primeira infância, a discriminação entre meninos e meninas era menos nítida. Ambos os sexos usavam o mesmo traje, o mesmo vestido {...} a especialização das brincadeiras atingia apenas a primeira infância, depois dos três ou quatro anos, ela se atenuava e desaparecia. A partir dessa idade, a criança jogava os mesmos jogos e participava das mesmas brincadeiras dos adultos, quer entre crianças, quer misturada aos adultos". {...} Com o poder do Cristianismo, sua doutrina, teologia e filosofia foram largamente difundidas e impostas à civilização ocidental.
"Essa corrente de idéias remontava ao século XV, época que fôra bastante poderosa para provocar uma mudança na disciplina tradicional das escolas. Gerson fora então seu principal representante..." {Ariès,op.cit.132}.
Gerson, autor do livro "De Confessione Mollicei, é descrito por Ariès, de maneira clara e demonstra a importância que suas ídéias foram para a sexualidade infantil no mundo atual com relação a repressão sexual. Gerson estudou o comportamento infantil com o objetivo de auxiliar os confessores para que estes despertassem em seus pequenos penitente - e variavam entre dez a doze anos de idade um sentimento de culpa. A sensação que ele transmitia era de que a masturbação e a ereção sem ejaculação eram práticas generalizadas . Ele chamava de Peccatum Mollicei, mesmo sabendo que não havia polução, considerava mesmo assim, uma questão muito grave; afirmava que tirava a virgindade da criança como se ela frequentasse mulheres. E afirmava também que era um ato que beirava a sodomia.
Assim percebe-se que a doutrina moderna quanto a sexualidade está próxima daquele discurso, considerando a masturbação um momento ou etapa da sexualidade prematura.
Naquela época não se acreditava na inocência da criança, mas já se buscava entender o seu comportamento sexual. Daí para frente, foram prescritos vários ensinamentos repressivos, como por exemplo: não se beijarem, não se tocarem com as mãos nuas, não se olharem, evitar promiscuidade entre pequenos e grandes, dormir na mesma cama, nem mesmo que seja do mesmo sexo; a delação era obrigatório entre os alunos. Tudo era feito para evitar as amizades, principalmente com a criadagem. Surge uma literatura pedagógica destinada a familia e aos educadores. Vejamos alguns princípios dessa pedagogia: Primeiro, evitar de deixar as criança sozinhas; segundo, evitar mimar as crianças; terceiro, pregar o recato; quarto, ensinar a decência e a modéstia, e extinguir a intimidade nas maneiras e linguagem.
Para Foucault { in Sexualidades Ocidentais}, "a idéia que comumente se tem de uma ética sexual cristã está por ser revista em profundidade e, por outro lado, que o valor central da questão da masturbação tem uma origem outra que a campanha dos médicos da século XVIII e XIX". Para os teólogos cristãos a masturbação era, também fornicação, que eles afirmavam poder nascer do pensamento de imagens e de lembranças... consideravam imundíce, impureza que se produzia sem contato com a mulher, quando se dorme ou estando acordado.
Com o surgimento da Reforma ha uma preocupação nítida dos calvinista e dos luteranos em associar o sexo às doenças, não só do corpo como do espírito. Para eles, a castidade deve estar externa e internamente no homem. Censuram aquele que não aceita reconhecer as suas doenças e seus desejos; incitam os homens a lutar com bastante esforço contra o desejo e tinham desprezo pelo sexo, chamando o corpo de "presídio da alma". Para eles, a carne é repleta de perversidade. A burguesia daquela época tinha uma grande preocupação com a saúde, a higiene e a longevidade;Daí então, surge uma nova "tecnologia" do corpo, paralelamente com o florescimento das idéias protestantes. nascendo assim, uma preocupação entre a burguesia com relação a pureza do corpo e a salvação da alma. É nesse clima que surge uma rêde de relações "prazer-poder". É nessa trama que o sexo transita sem ser molestado ou reprimido porque a ideologia está fincada no controle da sexualidade. Entre muitas estratégias temos a da pedagogização do sexo infantil que nada mais é do que o controle da masturbação.
Conforme Foucault os recursos empregados foram: primeiro, a codificação das tecnicas de "fazer falar", como a confissão; segundo, a postulação de uma causalidade sexual e difusa criada pela psiquiatria; terceiro, postulação de um princípio de clandestinidade ou de latência do sexo, e, finalmente, a classe médica, com a medicalização do sexo pela classificação das anomalias, disfunções e moléstias e, pela proposta de terapias. Partindo daí, criou-se não uma repressão sexual mas uma produção da sexualidade, conhecimentos verdadeiros ou falsos sobre sexo, inventando-se métodos, técnicas e controle.
Citando Chauí, "o dispositivo da sexualidade elaborada na sociedade burguesa, substitue o critério do sangue pelo do sexo e ao fazê-lo, torna possível a idéia central da psicanálise: o sexo como simbolização. Essa simbolização, diz Foucault," é um mecanismo do poder para dirigir o corpo, a vida , a proliferação . " ...

sábado, 23 de agosto de 2008

MAGIA

O diabo assusta o homem que assusta o diabo



o encontro



Antes de partir, o babalorixa deixou tudo preparado. Dona Carmem e Neide foram obrigadas a se banharem, juntamente com as jovens abians, futuras iniciantes ou yaôs, banho especialmente,preparado para aquela ocasião.
A velha Carmem a princípio relutara maas com as ameaças de Jeru, inclusive proibindo a sua presença caso não obedecesse, assentiu.
O quarto da jovem iniciante foi preparado dentro dos principios mágicos aprendidos por pai Jeru, e, a própria Mocinha foi mais uma vez borizada, sua cabeça alimentada, especialmente com material vindo da África; seu corpo foi untado com ori,( manteiga,) axé, força, elemento do orixa Oxala, deus da pureza, brancura como as nuvens e o algodão.
Das oito às dez horas daquela noite todos trabalharam febrilmente, apenas a jovem iniciante,
Mocinha sentia indiferença àqueles preparativos, repetindo que não gostaria de vê sua cabeça raspada, seus cabelos mais cortados do que já fôra e assim resmungava continuamente.
O pai-de-santo então lhe acalmou avisando que ela não seria raspada, não iria dançar no barracão, local das festas públicas, nem iria colocar aquelas roupas de negro, como ela afirmava. A jovem acalmou-se.
Jacira, a mãe-criadeira, Josi, o pai-pequeno, cuidaram de todos os detalhes com muita dedicação e afinco enquanto pai Jeru inspecionava e corrigia as falhas que por acaso surgiam.Finalmente, os três foram para o quarto dedicado aos santos, orixa, chamado roncó, iniciando o ritual para a defesa de cada um.
Antes, tomaram o banho de ervas quinada( abô), untaram os corpos com ori, vestiram-se de branco, colocaram os contra-eguns, pulseiras feitas com palha-da-costa presas nos ante-braços, os colares protetores chamados deloguns, guias ou simplesmente fios-de-contas.
Jacira e Josi foram rezados com reza forte, seus corpos fechados, com pó especialmente preparado, considerado mágico, riscados com um punhal de aço e fogo.
Quando chegou a vez de Jeru, o Babalorixa, coube a Jacira, a incubência de fazer o mesmo ritual.
Munidos de sal grosso, velas, dentes de alho roxo, cachaça, pólvora, enxofre, dendê e outros utensílios, além de um gato preto devidamente surrupiado da vizinhança, preso em um saco com o focinho amordaçado para não denunciar as intenções, partiram.
As vinte e duas horas da noite de Todos os Santos o carro amarelo de Jeru, também devidamente preparado, partiu carregando uma carga muito preciosa e com uma tarefaespecial:
encontrar um local apropriado para o cumprimento da missão. O local seria uma mata com água corrente e totalmente deserta de seres humanos. Jeru não estava preocupado por que sabia, tinha certeza que seria guiado por seus orixa. Iria aonde tivesse que ir por que tinha a convicção que na hora exata o diabo estaria esperando por ele.
Na primeira encruzilhada que passaram jogaram sal grosso e três dentes de alho; salvaram Exu das Encruzilhadas e esconjuraram o bicho das trevas, assim o chamavam, enquanto um uivo de um lobo ecoou naquela noite fazendo Josi tremer e se encolher, Jacira rezar o credo e Jeru sentir um calafrio na espinha e dormência na cabeça.
A lua ia subindo, tomando conta da estrada, prateada, o clarão se confundindo com as cores da terra, misturando coisas, criando fantasmas, assustando os assustados daquele carro amarelo, indiferente a tudo seguia seu caminho que se estreitava, o matagal se fechava e as árvores cresciam.
O clarão da lua cheia ajudava a visão de Jeru que seguiu até encontrar o alto de uma colina. Lá embaixo, a lua se espelhava num lago formado por um fio prateado que caia comoos fios de contas de yemanjá. Desceram do carro e seguiram a pé, carregando o material, dividido entre os três. Jeru levava o o saco onde se encontrava a oferenda, o gato preto, seguindo na frente, com os sentidos aguçados, guiado por uma força que lhe deixava totalmente sem a razão. Finalmente encontrou a clareira que estava completamente banhada pelos raios da lua cheia.
Meia noite em ponto o rei das trevas seria invocado para receber a sua oferenda mas teria que prometer deixar a jovem iniciante em paz do contrário tudo seria em vão e Jeru perderia a batalha contra o Zombeteiro.
Vinte e três horas e trinta minutos. Depois de andar em círculo, perto da cachoeira, descobriu uma clareira de forma oval que parecia obra de alguém que ali acampara, com uma espessa ramagem porém os raios daquela lua que lá do alto parecia vigiar, clareavam com bastante intensidade todo o espaço que seria usado para o ritual. Iniciaram os preparativos e apesar dos assovios, cri - cris, estalos e pios de corujas, os três aparentavam tranquilidade, trabalhando em silêncio e compenetrados.
Absortos, não olhavam nem para os lados, nem para tras e nem entre si. Eles não percebiam mas um enorme cão preto seguia todos os seus passos, ora aparecendo, ora sumindo entre as árvores,
Um círculo, o signo de salomão, velas foram acesas, garrafas de cachaça foram abertas, óleo de dendê, sal grosso e os demais ingredientes, postos em torno do círculo, riscado com pólvora e enxofre. Todo ritual é acompanhado por cantos e rezas apropriados sempre puxados por Jeru, e cinco minutos para meia noite tudo estava pronto para a invocação final.
Pai Jeru se posicionou dentro do círculo, de frente para o nascente, com punhal na mão, calça arregaçada, cabeça coberta por um pano branco, peito nu, bastante firmeza nas mãos e na voz, solicitou que Jacira lhe trouxesse o gato preto. Josi , por sua vez posicionou-se pronto para tocar fogo no círculo, assim que chegasse o momento.
O pai de santo segurou o animal com a mão esquerda, sempre cantando, enquanto com a direita segurava firmemente o punhal. Repetinamente, as fôlhas das árvores pararam de bailar, o vento foi dormir, o gato hipnotizado estava preparado para cumprir o seu destino. A lua fincou-se sobre a cabeça de Jeru, o zelador de axé, filho das origens de Angola, para cercá-lo com suas forças e energia, Ela era sua regente força geradora e criativa.
Meia noite. Com toda a força de seu ser o babalorixa iniciou a chamada, a prece brotou das suas entranhas, rasgou chão, mata, água e ceu. As palavras eram anunciadas, a invocação era repetida.
Todos estavam tensos, corpos amortecidos mas as mentes em alerta. O animal, seguro pelas pernas balançava-se no ar, mudo, o seu momento de liberdade. O silêncio era aterrador e havia no ar um cheiro acre, de enxofre queimado. As pernas de Josi não obedeciam a sua mente enquanto suas mãos queimavam ao segurar aquele graveto que ora parecia apagado, ora brilhava como uma pequenina estrela.
Jacira olhava fixa para um determinado ponto, parecendo advinhar que algo sairia de lá. Seu corpo sabia, sua mente lhe dizia, enquanto seus negros olhos grandes mexiam-se com grande intensidade. Pai Jeru reiniciou a invocação: " Senhor das trevas, deus dos caminhos, entradas e saídas, eu vos saudo em nome de toda a sua corte, em nome do Maioral, Satanás e Belzebu .
Eu vos peço que se digne a aceitar esta oferenda e aqui suplico que venhais recebê-la para
dignificar este vosso aflito e humildo servo. Oh, senhor das trevas sem fim, onde quer que estejais eu vos chamo e conclamo , vinde a mim em nome do grande Lúcifer, senhor dos infernos".
Os olhos negros de Jacira cresceram, cresceram, suas órbitas tornaram-se pequenas, miudas para contê-los. O chão tornou-se forno, brasa, fogueira, queimando os pés, tostando seu corpo curtido de negra sofredora, povo pendente, amarras presas.
Seu corpo explodiu, de seu útero surgiu um grito que lhe foi subindo pelas entranhas, sensação de paridez, passou pelo coração acelerado, disparado, sofrido, chegando na garganta seca como o ventre da terra de sua gente,esquálida e rouca, para finalmente explodir no ar, estufando língua, dentes brancos, lábios proeminentes.
A lua assustando-se escondeu seus raios e naquele momento nasceram as trevas. Um animal negro, gigante, peludo, chifres imensos e pernas curtas, olhos, imensas fogueiras, surgiu da visão da negra Jacira, voando sobre o círculo, uivando intensamente ,e com uma só bocanhada arrancou da mão de Jeru, o animal indefeso. O bicho, o demo, assim como surgiu desapareceu deixando no ar o cheiro de couro queimado, chifre, enxofre.
Um baque surdo foi sentido pela terra orvalhada. Era o corpo de Jacira que oscilou, flutuou e bailou no ar para em seguida ser amparado pela mãe terra. Josi, até hoje não sabe se viu ou não viu, Sonho ou realidade... Jeru, era uma estátua posta naquela mata. As árvores voltaram a fazer sombras com o ressurgimento da lua e tudo voltou ao normal naquele mundo de magia. O vento apareceu e timidamente vai mantendo aceso o graveto que ficara jogado com a fuga de Josi.
Da escuridão da mata, surge o cão negro que entra no círculo e com sabedoria empurra com as patas traseiras o graveto que ali se encontra, caindo diretamente no riscado de pólvora, surgindo então um clarão que corre todo o circulo, deixando atras de si uma cortina de fumaça com cheiro de enxofre.
O animal sumira envolvido pela fumaça. Uma chuva fininha, suave e amiga desce para brotar
sementes, acordar corpos atrofiados, presos, amedrontados...
Passaram-se segundos, minutos,horas...Ninguém sabia. Mas para o pai-de-santo foi uma eternidade.
A magia acontecera e o encanto permanecia naquele lugar.































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segunda-feira, 18 de agosto de 2008

A PROCRIAÇÃO

No abraço, no desejo de união de ambas as metades, originou-se a procriação, O homem com penis e a mulher com a vagina. O SOL e a TERRA. O sol introduzindo seus raios no seio da terra fecunda, dá início a uma nova criatura.

Um turbilhão de cabeças grandes com pequenas caudas chamadas espermatozoide vão como numa maratona em busca do objetivo final, que é o óvulo. A maioria fica pelo caminho, absorvida pelos elementos daquela caverna escura, úmida e cheia de emaranhados. Assim, apenas alguns sobrevivem, ou apenas um, dependendo de vários fatores,chegará primeiro, desbaratando todos os impecilhos e cruzando a reta de chegada. Daí em diante, o espermatozoide ao se fundir com o óvulo faz surgir um novo ser.

Uma nova vida interfere no corpo feminino durante nove meses, quase sempre. Vai crescendo, trazendo história, tecendo história e fazendo história. É no encontro das metades, na fusão,pelo abraço que as duas metades se dão. Na atividade sexual surge uma nova criatura.
O espermatozoide ao penetrar no óvulo vai formar também a sexualidade, e aquela criatura ao sair para o mundo exterior luta pela sua autoconservação, a vida; e, ao mesmo tempo demonstra a sua pulsão para o prazer.

sábado, 16 de agosto de 2008

O HOMEM E A MULHER

Platão, (apologia de sócrates,banquete,2000), narra o discurso de Aristófanes, poeta cômico, nascido em Atenas, "outrora a nossa natureza era diferente do que é hoje. Havia três sexos humano, mas não apenas como hoje, dois. o masculino e o feminino - mas acrescentava-se mais um, que era composto ao mesmo tempo dos dois primeiros, e que mais tarde veio a desaparecer deixando apenos o nome : andrógino.
...O masculino descendia de hélios, o sol; o feminino de Geia, a terra; e o andrógina , de Selene, a lua...os homens possuiam formas redondas, tinham costas e flancos ao seu redor, quatro mãos e quatro pernas, duas faces semelhantes sobre um pescoço redondo, uma só cabeça para esses dois rostos opostamente colocados, quatro orelhas, dois órgãos de geração e tudo o mais na mesma proporção."
Um dia zeus, por vários motivos, decidiu cortar os homens em duas partes e ordenou a Apolo que curasse as feridas e que virasse o rosto dos cortados e o pescoço para o lado em que a separação havia sido feita.
Daí em diante "cada uma das metades pôs-se a procurar a outra".
Só que naquela época os homens tinham os órgãos genitais na parte posterior, e, Zeus vendo que a raça humana iria se extinguir resolveu colocar os órgão da geração na frente.
" Zeus estabeleceu a procriação pelo homem na mulher, e, quando, no amplexo, o homem encontrava uma mulher..."

terça-feira, 8 de julho de 2008

Búzios - A Fala dos Orixás




texto O jogo de buzios como toda linguagem é um sistema simbólico. Por isso mesmo pertence a um segmento da cultura brasileira, desenvolvido pelos descendentes de algumas tribos africanas, juntamente com todo o seu sistema religioso.