MAGIA

O BEM E O MAL

A visão dos antigos sobre o bem e o mal.

Empédocles dá ao princípio gerador do BEM o nome de amor e de amizade; também o chama com frequência harmonia de terna morada. Quanto ao princípio do MAL, designa-o com o nome de ódio pernicioso, de discórdia sagrenta; já os Pitagóricos expressam-se dando vários nomes a ambos os princípios. Ao do BEM, chamam a unidade, o definido, o estável , o direto, o ímpar.o quadrado, o igual, o lado direito, o luminoso; enquanto que ao princípio do MAL denominam de a díade, o indefinido, o movido, o par, o oblongo, o desigual, o lado esquerdo, o tenebroso.
Anaxágoras chama INTELIGÊNCIA ao princípio do BEM; INFINITO, ao do mal.
Aristóteles chama o princípio do BEM de a FORMA, e ao princípio do mal de PRIVAÇÃO...
Para Platão, o mundo não é posto em movimento por uma só alma, senão talvez porr um grande número delas, ou ao menos por duas, com toda certeza. Uma delas é a criadora do BEM, e a outra, que lhe é oposta produz efeitos contrários. Também admite uma terceira natureza intermediária, que não está privada nem de alma, de razão, nem de movimento que lhe seja próprio, como acreditaram alguns, senão que, ainda dependente das outras duas, tende sempre a seguir a melhor, deseja-a, persegua-a.
A natureza mais perfeita e divina compõe-se , pois, de três princípios, que são: a Inteligência, a matéria e o produto de sua união, o mundo organizado, como chamam os gregos. Platão tem o costume de designar a inteleigência com o nome de idéia, modelo, pai; designa a matéria como mãe, nutriz, base e assento da geração, e o resultado de sua união é denominado por ele "descendente e engendrado".

MAGIA

AS ERVAS CURAM

As ervas, dentro da cultura popular têm o poder mágico de cura ou amenizar o sofrimento do ser humano.
Dentre as diversas formas empregadas no uso das ervas, temos, as GARRAFADAS que é uma mistura de várias ervas associadas a outros ingredientes, e seguindo a tradição popular, esses preparados servem como remédio para diversos fins dentro da necessidade de cada ser humano. A medicina popular não pretende concorrer na sua eficácia, com a medicina, mas pela crença, produzir resultado eficaz e ao mesmo tempo menor custo financeiro. A prática é milenar e sua comprovação é segura, partindo do princípio que o seu uso está na natureza e sem nenhum custo adicional.
GARRAFADAS
a) garrafada para dor de garganta (amidalite).

Bonina branca, velame branco, caiubim, gitó, capitão, brandão, sassafrás, guardião, cabeça de
nega. ( usa-se misturando as fôlhas verdes de todas essas ervas, dentro de uma garrafa de vidro branco - plástico, não serve - Enterra-se por três dias e três noites.)

b) garrafada para limpar o sangue.

Raiz de velame, folhas de chanana, casca de bordão de velho e uma garrafa de cachaça.
(coloca tudo dentro da cachaça e aguarda por três dias. Deve-se tomar um ou dois cálice ao dia)

c) garrafada contra paralisia facial

arruda, óleo de rícino, hortelã miudo e fedegoso.
(tirar o sumo das folhas e mistura com o óleo amornado. Tomar um copo pela madrugada, durante 7(sete) dias. (guardar resguardo, evitar sereno, sol e vento).

d) garrafada contra anemia.

semente de gergelim,lavada e pisada; raiz de urtiga.
(Fazer o chá, serenar, coar e beber aos poucos.

e) garrafada para combater a impotência sexual

caldo do cipó-de-boi, uma lata de leite condensado, seis ovos de codorna, meia garrafa de vinho branco. ( os ovos com casca; toma-se após o almoço e jantar, um cálice).

Essas receitas, geralmente são indicadas pelo Pretos Velhos nos "Terreiros" de Umbanda, com muito sucesso.
Mas é necessário saber que não há exatidão nas aplicações. É necessário fé e vontade. AS ERVAS CURAM.

RELIGIÃO E MAGIA

NO MUNDO DA PAJELANÇA


O caboclo do Amazonas, em geral,é católico. No entanto, seu mundo é povoado de idéias e crenças do indio, seu antepassado.
Na medida que o modo de vida e sua organização foram se transformando o caboclo viu refletir-se sobre suas idéias e religiosidade as mudanças,imprimindo-lhe um cunho regional através da forte influência ameríndia revelada através de suas práticas.
Apesar das modificações advindas de outras culturas religiosas,como a católica e aquelas de origem africanas, o caboclo não assumiu de maneira avassaladora, o sincretismo que existe nos cultos de origem afro-brasileiros.
A Pajelança é um ritual distinto dos outros cultos; um Pajé não se sente influenciado por outras práticas religiosas. Sendo portanto, um complexo de práticas mágicas que determinados indivíduos adquirem,baseado no sobrenatural, utilizando-o para a cura de doenças ou para fazer feitiçaria, através de fórmulas mágicas, invocações, e usando a dança e o canto como complemento de seus rituais.
Na Pajelança, os rituais geralmente, não são complexos como no Candomblé, na Umbanda e outros, sendo quase nulas as cerimónias comunais.
O Pajé é um indivíduo capaz de curar utilizando métodos próprios, afirmando estar acompanhado por seres sobrenaturais chamando-os de companheiros e afirmando ter o seu habitat, de preferência, no fundo dos rios. Durante as"consultas" são chamados por nomes variados e, muitos deles de origem cristã, agindo com muita familiaridade. Quanto mais companheiro tiver, mais poder ele possuirá.
O Pajé adquiri seus companheiros ou no nascimento, ou até mesmo quando da gestação, ou seja, ainda em formação no útero de sua mãe. Também, durante a sua formação na vida, jovem ou velho.
O conhecimento ou a iniciação no mundo da Pajelança é variado mas a necessidade da ajuda de um outro Pajé já experiente e de conhecimento é de importância fundamental.
O Pajé tem seu companheiro, que é o chefe, e a obtenção de outros companheiros vem com o passar dos anos. Além dos sobrenaturais dos fundos dos rios, há também espíritos de indios que tornam-se companheiros do Pajé.
O bom Pajé desenvolve vários dons como vidência, cura e viagem pelos fundos dos rios. Entra em transe através da fumaça de um cigarro devidamente preparado, e, uma beberagem de forte poder alcoólico, sendo possuido pelo seu companheiro, e vai então aplicando suas técnicas, como defumar,massagear e o uso da sucção bucal para extrair o mal do paciente.