terça-feira, 7 de setembro de 2010

RELIGIÃO E MAGIA

NO MUNDO DA PAJELANÇA


O caboclo do Amazonas, em geral,é católico. No entanto, seu mundo é povoado de idéias e crenças do indio, seu antepassado.
Na medida que o modo de vida e sua organização foram se transformando o caboclo viu refletir-se sobre suas idéias e religiosidade as mudanças,imprimindo-lhe um cunho regional através da forte influência ameríndia revelada através de suas práticas.
Apesar das modificações advindas de outras culturas religiosas,como a católica e aquelas de origem africanas, o caboclo não assumiu de maneira avassaladora, o sincretismo que existe nos cultos de origem afro-brasileiros.
A Pajelança é um ritual distinto dos outros cultos; um Pajé não se sente influenciado por outras práticas religiosas. Sendo portanto, um complexo de práticas mágicas que determinados indivíduos adquirem,baseado no sobrenatural, utilizando-o para a cura de doenças ou para fazer feitiçaria, através de fórmulas mágicas, invocações, e usando a dança e o canto como complemento de seus rituais.
Na Pajelança, os rituais geralmente, não são complexos como no Candomblé, na Umbanda e outros, sendo quase nulas as cerimónias comunais.
O Pajé é um indivíduo capaz de curar utilizando métodos próprios, afirmando estar acompanhado por seres sobrenaturais chamando-os de companheiros e afirmando ter o seu habitat, de preferência, no fundo dos rios. Durante as"consultas" são chamados por nomes variados e, muitos deles de origem cristã, agindo com muita familiaridade. Quanto mais companheiro tiver, mais poder ele possuirá.
O Pajé adquiri seus companheiros ou no nascimento, ou até mesmo quando da gestação, ou seja, ainda em formação no útero de sua mãe. Também, durante a sua formação na vida, jovem ou velho.
O conhecimento ou a iniciação no mundo da Pajelança é variado mas a necessidade da ajuda de um outro Pajé já experiente e de conhecimento é de importância fundamental.
O Pajé tem seu companheiro, que é o chefe, e a obtenção de outros companheiros vem com o passar dos anos. Além dos sobrenaturais dos fundos dos rios, há também espíritos de indios que tornam-se companheiros do Pajé.
O bom Pajé desenvolve vários dons como vidência, cura e viagem pelos fundos dos rios. Entra em transe através da fumaça de um cigarro devidamente preparado, e, uma beberagem de forte poder alcoólico, sendo possuido pelo seu companheiro, e vai então aplicando suas técnicas, como defumar,massagear e o uso da sucção bucal para extrair o mal do paciente.

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