MAGIA E RELIGIÃO

LENDAS E MITOS DE EXU

" Ifa era muito pobre, mas um dia em troca de bens e honrarias comprometeu-se ser escravo de Exu por 16 anos. Assim, com o decorrer do tempo, Exu ensinou-lhe o modo de preparar o jogo de advinhações e dessa forma Ifa prosperou tanto que precisou contratar alguém para auxiliá-lo e assim sendo contratou uma mulher e a escolhida foi Oxun. Por insistência daquela mulher que todos chamavam de Oxun, ifá ensinou-lhe o jogo, mas pediu a Exu que respondesse as perguntas quando Oxun as formulasse. Foi assim que ficou determinado que toda/o filha de Oxun tem o dom natural para o jogo dos buzios."

Assim como Olorun representa o princípio da existência genérica, Exu é o princípio diferenciado em consequência de sua função de elemento dinâmico que o eleva a propulsionar , a desenvolver, a mobilizar, a crescer, a transformar, a comunicar...( conforme escreve Juana Elbein).

"Exu acabou de se preparar para vir do Orun ao Àiyé já que queria abençoar aqueles que não eram numerosos na terra, e porque ele percebia claramente que a gente do povoado se lastimava amargamente por não crescer... então, Exu convocou todos os descendentes no Òrun: os filhos de seus filhos, de geração a geração, e os contou durante longo tempo..."

"A história conta que nas remotas origens Olòdúmarè e Orisànlá estavam começando a criar o ser humano. Dessa forma, primeiro criaram Exu que ficou muito forte e mais que seus criadores. Olòdùmaré enviou Exu para morar com Orisànlá; este colocou-o à entrada de sua morada e o enviava como seu representante para efetuar todos os trabalhos necessários. Dessa forma Orunmilà , desejoso de ter um filho, foi pedir um a Orisànlá. Este responde que ainda não havia terminado o trabalho de criação de todos seres e pediu para ele voltar dentro de um mês. Orunmilà impacientou-se, querendo a qualquer custo levar um filho, insistiu. Orisalá repetiu a mesma história, avisando que ainda não tinha acabado. Então, Orunmilà perguntou:- Quem é aquele à entrada de sua casa? É ele mesmo que eu quero. Orisanlà lhe explicou que aquele não era alguém que pudesse ser criado e mimado no aiye. Todavia, Orunmilà insistiu tanto que Orisànlá acabou por concordar. Orunmilà deveria colocar as mãos naquela criatura, Exu, e de volta ao aiyé, manter relações sexuais com sua mulher Yebiiru, que iria conceber um filho. Doze meses mais tarde, ela deu à luz um filho homem, ELEGBARA, senhor do poder...

(continua)